Foi-se o tempo do voto de cabresto. Hoje em dia somos
livres, nosso voto é secreto e manifestamos livremente nossa opinião e
escolhemos o candidato que melhor nos convém. Será? Essa liberdade forjada que
esconde por trás de seus véus a triste situação da política brasileira, sequer
nos permite escolher se queremos ou não votar. Em clima de eleições, no
momento, é bom refletir: Será que estamos no caminho certo?
A medida que o tempo avança e a situação política parece
tender para uma melhora, os políticos, justificados por Lavoisier, se adaptam
ao sistema para conseguir de certa forma manter a alienação da população e
assim conseguir manipulá-la mais facilmente. Se hoje em dia, o controle do voto
de um eleitor não é feito fisicamente, vendo-se no ato como há cem anos atrás,
este é feito de modo psicológico.
Exemplo disso é o programa do Bolsa Família que, aparente e
momentaneamente, melhora a vida de milhares de famílias pobres que se encontram
nesta situação de alienação. Desse modo, acreditam estar sendo ajudados por
quem lhes-las-fornecem. Não passa de uma simples e vil prática de compra de
votos, pois assim quem as recebe, vota no político fornecedor. O velho, porém
renovado, voto de cabresto.
A jornalista Hildegard Angel, em 2010, por exemplo, fez às
vésperas das eleições para a presidência, uma entrevista com uma senhora
cearense de condições humildes. Fez-lhe uma série de questões simples como: o
que é voto?; o que é eleição; e, por incrível que pareça, o que é presidente da
república?; ao que a modesta senhora não soube responder. Contudo, ao ser
questionada sobre quem votaria, encheu o peito e respondeu: “Em quem o seu Lula
mandar”. Questionando-se-lhe a razão, argumentou que com o Bolsa Família dado
pelo então presidente, sua vida melhorara consideravelmente. Tanto que,
inclusive, seu marido parara de trabalhar.
Este, infelizmente, não é um fato isolado. É às custas da
alienação dessa maioria da população, provocada pelos próprios políticos, que
estes conseguem se manter no poder. Algo deve ser feito, não se pode estagnar
desta forma. Uma reforma política é necessária e somos nós, o povo brasileiro,
responsáveis por isto. Eduque-se, informe-se e vote conscientemente nestas e
nas próximas eleições. Não venda seu voto nem o troque por favores. Sua cidadania
vale bem mais do que uma cesta de comida!
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